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quarta-feira, abril 30, 2008

Coimbra: Autarca exige mais serviços e investimentos do Estado na Região Centro


Coimbra: Autarca exige mais serviços e investimentos do Estado na Região Centro


Coimbra, 29 de Abr (Lusa) - O vice-presidente da Câmara de Coimbra, João Rebelo, criticou hoje a concentração dos "grandes investimentos" do Estado em Lisboa e Porto, defendendo que alguns serviços públicos devem ser transferidos para a cidade do Mondego.

"É necessário deslocar de Lisboa para Coimbra um conjunto de serviços que reforcem uma estrutura urbana nacional equilibrada", disse João Rebelo aos jornalistas, no final de uma intervenção no Pólo II da Universidade de Coimbra (UC).
Antigo "número dois" da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCRDC), o autarca do PSD recordou que, nessa qualidade, participou na consolidação de uma "rede policêntrica" que integra as principais cidades da região, que considerou "a mais equilibrada" de Portugal.
João Rebelo participava no ciclo de "Conferências @ DEC", promovido pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Civil da Associação Académica de Coimbra, a decorrer até quarta-feira no auditório do Departamento de Engenharia Civil da UC.
Na sua opinião, o Estado, que através da CCDRC apostou nas últimas duas décadas no "reforço desse policentrismo", "tem agora que ser coerente", deslocando para o Centro, especialmente para Coimbra, "alguns dos serviços públicos" que funcionam nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
Enquanto cidade que está no centro do território entre os rios Douro e Tejo, Coimbra "é claramente um centro que deve ser alternativa" às duas principais áreas urbanas do país.
João Rebelo, que também foi director regional do Ambiente do Centro, salientou, a título de exemplo, que só o desnivelamento do caminho-de-ferro no âmbito projecto de reabilitação da Frente Ribeirinha, em Lisboa, custará 400 milhões de euros.
Um montante que, em tom crítico, Rebelo fez questão de comparar aos cerca de 300 milhões de euros que, a preços actuais, deveria custar o projecto do metro que a Metro Mondego tenta desde 1996, ainda sem sucesso, implementar na cidade de Coimbra e no ramal ferroviário da Lousã.
"Andamos a discutir o metro há 15 anos", lamentou.
Por outro lado, realçou que os custos da futura ponte sobre o rio Tejo, entre Chelas e o Barreiro, correspondem ao montante das verbas do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) a que terão acesso a totalidade dos municípios da Região Centro, até 2013.
Outro dos obstáculos ao desenvolvimento de Coimbra têm sido, segundo o vice-presidente da Câmara, a não criação no concelho, nos últimos 20 anos, de "qualquer zona industrial infra-estruturada", depois da inauguração da zona industrial de Taveiro, na década de 80.
Uma lacuna a que deverá responder o parque de inovação e ciência iParque, onde várias empresas vão instalar-se a partir do próximo Verão.
João Rebelo dissertou sobre "O Novo PDM de Coimbra", resultante de uma revisão que ainda não está em vigor.
Um Plano Director Municipal (PDM) "é cada vez mais um trabalho de casa" com vista ao desenvolvimento local, nas diferentes áreas, sendo cada vez menor o seu papel original de "instrumento de gestão urbanística", defendeu.
O novo PDM de Coimbra, o projecto de mobilidade da Metro Mondego para Coimbra e o Ramal da Lousã, as travessias do rio Tejo e o novo aeroporto de Lisboa são alguns dos temas em debate no ciclo de "Conferências @ DEC", que termina quarta-feira.

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Lusa/Fim

© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2008-04-29 19:30:01

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