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quinta-feira, março 20, 2008

Nove em cada dez cursos estão adaptados ao Processo de Bolonha

Dois anos depois de Cavaco Silva promulgar a lei
Nove em cada dez cursos estão adaptados ao Processo de Bolonha


Assinala-se amanhã a passagem de dois anos desde que a lei relativa ao Processo de Bolonha foi promulgada pelo Presidente da República, Cavaco Silva. Na altura, as instituições contestaram o prazo de pouco mais de dez dias, até ao final de Março, que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) deu para as escolas apresentarem os primeiros pedidos de mudança.

Dois anos depois, falta adaptar pouco menos de 12 por cento dos cursos. As escolas têm até 2010 para o fazer, prazo estipulado pelos países que assinaram o acordo de Bolonha que prevê a harmonização do ensino superior em cerca de 40 estados europeus. Mas, alerta Sebastião Feyo de Azevedo, coordenador dos grupos de trabalho de Bolonha, não basta mudar a forma, é preciso mexer no conteúdo.

Os novos cursos exigem mais trabalho contínuo e prático, explica. Até agora, a principal preocupação dos estudantes tem sido com a possibilidade de o valor das propinas aumentarem no 2.º ciclo. O MCTES tem garantido que tal não acontecerá, desde que essa formação seja essencial para o exercício da profissão. "As propinas dos 2.º ciclos, antes inteiramente livres, foram limitadas", sublinha o ministro Mariano Gago.

Tudo ainda não passou de mera "operação de cosmética"

O processo de aplicação de Bolonha nas universidades portuguesas poderá não passar da "mera operação de cosmética", caso as universidades não alterem rapidamente os métodos de ensino nas salas de aula. O alerta, em tom urgente, é lançado pelo secretário executivo da Associação Portuguesa de Ensino Superior (APES), Miguel Copeto, para quem a maior parte das universidades reduziu apenas a duração dos cursos e deixou para segundas núpcias a pretendida mudança de paradigma no processo de ensino. "As formações foram encurtadas, mas o método de ensino – que no fundo era o que importava mudar – continua igual, também porque aos professores não foi dada qualquer formação", acusa aquele responsável.

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